Em entrevista exclusiva à Revista Época, o eterno herdeiro da coroa britânica procurou evidenciar o projeto que idealizou a pouco mais de um ano, no qual os países desenvolvidos poderiam ajudar os países em desenvolvimento a combater o desmatamento.
No Brasil desde a última quarta-feira, o príncipe e sua esposa Camila Parker Bowles ficam até amanhã no país. Desde que chegou meio-ambiente e desenvolvimento sustentável tem sido assuntos predominantes em sua agenda.
Após Brasília e Rio de Janeiro, o casal segue para a Amazônia. Lá o príncipe irá se encontrar com autoridades em Manaus e deve percorrer um trecho do rio Amazonas de barco, acompanhado por cientistas brasileiros, que explicarão as relações entre a floresta e o aquecimento global.
A seguir, trechos da entrevista concedida à revista Época.
ÉPOCA - Qual é a sua mensagem para os brasileiros?
Príncipe Charles - Estou encantado em voltar ao Brasil, país que visitei em três outras ocasiões, e de poder trazer minha mulher comigo. Espero que nossa visita reforce as estreitas relações entre nossos dois países. Mas talvez as áreas de cooperação mais relevantes para minha visita sejam a proteção da natureza em nome das gerações que virão depois de nós.
ÉPOCA - Qual seria o papel do Brasil nesta luta contra as mudanças climáticas?
Príncipe Charles - O Brasil vem mostrando grande liderança para identificar formas de reduzir e, se possível, anular os efeitos das mudanças climáticas. O Fundo Amazônia (projeto federal para captar recursos externos e financiar o combate ao desmatamento) é uma contribuição construtiva. Se quisermos fazer diferença, a comunidade internacional precisa agir junto – e rápido.
ÉPOCA - Como o senhor planeja ajudar a preservar a Amazônia?
Príncipe Charles - Embora claramente não caiba a mim oferecer nenhum tipo de receita de como os brasileiros devem lidar com seus próprios assuntos, há pouco mais de um ano lancei o Projeto Florestas Tropicais (ou Rainforests Project no original em inglês) para sugerir como países soberanos poderiam considerar auxílios para lidar com o desmatamento. A idéia central do projeto é que os países desenvolvidos, que contribuíram, mesmo que involuntariamente, para a crise climática atual, podem compensar as nações ricas em florestas tropicais que reduzirem suas derrubadas. Queremos fazer as árvores valerem mais em pé do que mortas.
No link abaixo, uma reportagem da Globo News sobre a defesa de Príncipe Charles ao desenvolvimento sustentável
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