segunda-feira, 11 de maio de 2009

Pesquisadora afirma que pior cenário sobre o aquecimento global se confirma

A Revista Época publicou uma entrevista com Katherine Richardson, 54 anos, oceanógrafa,vice-reitora da Faculdade de Ciências da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, e presidente da Comissão Dinamarquesa de Política para as Mudanças Climáticas. Katherine faz uma análise pessimista sobre a atual situação ambiental global, além de criticar autoridades, imprensa e a própria sociedade, que não olham com a devida preocupação os problemas do aquecimento global.

Abaixo trechos da entrevista:

ÉPOCA – Qual é a principal mensagem que os pesquisadores querem passar aos políticos? 
Katherine Richardson – Ficou claro que estamos dentro do pior cenário estimado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) , a cúpula de cientistas reunida pelas Nações Unidas para estudar o aquecimento global. Em alguns casos, a realidade é até pior que a estimada pelos cientistas.

ÉPOCA – Em quais casos?
Katherine – O degelo do Ártico e da Antártica está mais acelerado do que era previsto, e o nível do oceano está subindo mais rápido. O último relatório do IPCC, divulgado em 2007, sugeria que a elevação do mar até 2100 seria de no máximo 0,59 metro. Agora, muitos cientistas dizem que será algo da ordem de 1 metro. Isso significa que cerca de 10% da população mundial, ou 600 milhões de pessoas, poderá ser afetada porque vive em cidades muito próximas ao nível do mar. Milhões de refugiados climáticos terão de ser realocados quando forem atingidos por tempestades, furacões e tufões cada vez mais destruidores. Esses fenômenos tiram sua força do calor do oceano. Uma das grandes constatações do congresso que fizemos em março é que a temperatura do oceano está aumentando 50% mais rápido do que pensávamos.

ÉPOCA – A sociedade entende os riscos das mudanças climáticas? 
Katherine – Acho que não. A maior parte da mídia divulga previsões catastróficas a esmo. Fica muito confuso para quem não é um cientista ter alguma ideia do que está acontecendo. As pessoas ficam com a impressão de que nós, os cientistas, não entendemos o que está acontecendo. Mas nós sabemos. É a sociedade que não está entendendo os riscos do aquecimento.

ÉPOCA – Por que os cientistas não conseguem alertar a sociedade de forma clara? 
Katherine – Deixamos essa incumbência para a imprensa durante muitos anos, e isso não funcionou direito. O congresso de março foi uma tentativa de nos comunicarmos melhor com o público. Estamos preparando um resumo curto, de, no máximo, 30 páginas, em linguagem bastante acessível, com as principais constatações do congresso. Ele deverá ficar pronto em junho.

ÉPOCA – Que medida terá de sair da reunião política em dezembro para conseguirmos frear as mudanças climáticas? 
Katherine – Precisamos fazer um acordo para limitar as emissões de gases causadores do efeito estufa. Cientistas e ambientalistas adorariam ver um corte profundo nas emissões, mas reconheço que esse é um assunto com implicações econômicas. É preciso pesar o custo de fazer essas reduções. Tenho confiança de que os políticos conseguirão atingir um equilíbrio.


ÉPOCA – Os políticos não estão demorando muito para tomar essas decisões? 
Katherine – Em dezembro do ano passado, durante a última conferência política organizada pelas Nações Unidas, na Polônia, nenhum político questionou se algo deveria ser feito. Eles falaram sobre quem deveria tomar as medidas. É como quando peço para meus filhos levarem o lixo para fora. Cada um tem uma desculpa: “Eu tirei o lixo da última vez” ou“Eu tenho dever de casa”. Mas eles sabem que isso precisa ser feito e, no fim, algum deles sempre tira o lixo.

A entrevista completa pode ser vista no site da Época


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